José Oswald de Sousa
Andrade (São
Paulo, SP, 11 de janeiro de 1890 – São Paulo, SP, 22 de
outubro de 1954) – Fez os estudos secundários no Ginásio São Bento e de Direito
em São Paulo. Era filho único de José Oswald Nogueira de Andrade e de Inês
Henriqueta Inglês de Sousa Andrade. Nascido de uma família muito rica, desde cedo
passou a viajar para a Europa. As primeiras viagens constam da virada do século
XIX para o XX, onde passou a ter contato com a boemia intelectual de Paris e,
principalmente, quando teve contato com o Futurismo (ítalo-francês). Conheceu
artistas como Jean Cocteau, Blaise Cendrars e Pablo Picasso. Voltando para a
capital paulista, em 1911, passou a fazer um jornalismo literário. Fundou o
semanário humorístico, crítico e político O
Pirralho, de grande repercussão. Quando da Exposição da Anita Malfatti, em
1917, Oswald se posiciona a favor da pintora, contra o artigo forte “Paranoia
ou mistificação? ” de Monteiro Lobato. Alinhou-se, assim, com outros futuros
modernistas, tais como: Mário de Andrade, Guilherme de Almeida e Menotti Del
Picchia. Passa a adquirir um perfil rebelde e combativo, tornando-se um dos
grandes nomes do modernismo brasileiro, sendo considerado um dos mais
inovadores do período. Foi um dos articuladores da Semana de Arte Moderna de
1922, sendo que a sua época mais construtiva ocorreu na 1ª fase modernista
(1922-1930), quando produziu os conhecidos Manifesto
da Poesia Pau Brasil (1924) e Manifesto
Antropofágico (1928), além de participar de revistas e publicações (Revista
de Antropofagia – 1928). Este segundo manifesto originaria o movimento de mesmo
nome, o que sucederia na posterior Antropofagia Cultural Brasileira. Após a
quebra da Bolsa de Nova York (1929) e da revolução de 30, Oswald entra numa
crise financeira, perdendo quase tudo o que possuía. Ele adere à Esquerda,
filiando-se ao Partido Comunista Brasileiro, que influenciará a composição de
duas obras: o romance Serafim Ponte Grande (1933) e a peça de teatro O Rei da
Vela (1937), sendo que esta ainda é bastante encenada, na atualidade. A partir
de 1945, ele fica desgostoso com a militância e se afasta da Esquerda. No mesmo
ano (1945), concorre à Cadeira de Literatura Brasileira na Faculdade de
Filosofia da Universidade de São Paulo (USP), com uma tese sobre a Arcádia e a
Inconfidência, onde ganha o título de livre-docente. Em 1950, concorre na mesma
universidade, para o provimento na Cadeira de Filosofia da Faculdade de
Filosofia, Ciências e Letras, com o tema “A crise da Filosofia Messiânica”, não
sendo aprovado. Casou-se oito vezes, tendo como suas esposas duas grandes musas
modernistas: Tarsila do Amaral e Patrícia Galvão (PAGU). Oswald faleceu em
1954, com sessenta e quatro anos de idade, vítima das complicações da diabete,
deixando vasta publicação, que foi mais valorizada somente cerca de dez anos
após sua morte. Texto baseado em BOSI (2006), ABAURRE e PONTARA (2010) e em
outras publicações do próprio Oswald de Andrade.
Oswald de Andrade, no Manifesto Antropófago: “Só a antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente. Philosophicamente”.
Oswald de Andrade criou, por exemplo, o
poema “Meninas da Gare”, constituinte do livro Pau Brasil (1925, p. 26), o qual
conservamos a redação e a organização original. Uma ironia à prostituição que
ocorria próximo às estações ferroviárias:
As meninas da gare
Eram tres
ou quatro moças bem moças e bem
gentis
Com
cabellos mui pretos pelas espadoas
E suas
vergonhas tão altas et tão saradinhas
Que de nós as muito bem olharmos
Não
tínhamos nenhuma vergonha
“Como poucos, eu conheci as lutas e as tempestades.
Como poucos, eu amei a palavra liberdade
e por ela briguei”.
Oswald
de Andrade
Poeta e escritor brasileiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por deixar o seu comentário neste blog.
Agradeço o tempo investido nesta comunicação.