Falar mal
é uma arte
Prof. Giovani Pasini
e-mail: professorpasini@gmail.com
Na contemporaneidade, alguns de nós,
humanos, aperfeiçoamos uma antiga ‘arte’ – a fofoca. No Brasil, ela quase está
se tornando uma nova profissão: o “falador profissional”, de quem irei traçar
um perfil. Na nova atividade técnica, quando você quiser denegrir a imagem de
alguém – talvez um inimigo – poderá ligar para o celular, pedir pelo “whatsapp”
ou entrar na internet e contratar o “fuxiqueiro on line”. Ele o ajudará a enterrar
o nome de seu antagonista, por um valor monetário bem ético. Esse mexeriqueiro,
por natureza, tem a capacidade de distorcer qualquer fato; aumentar defeitos de
outrem; criar rótulos para os desafetos; talvez usar da máquina pública para
aumentar a propulsão de maledicência. Ele, o “falador de carteirinha” é capaz
de te jurar lealdade, nesta esquina, e na outra dizer a muitos colegas que
odeia o teu individualismo mesquinho. Para qualquer um, conhecido ou não, ele é
todo sorrisos. Adora utilizar adjetivos, qualificações, sabendo abusar de
qualquer palavra que “enalteça” as características de quem pode lhe fazer algum
bem. O artista de ‘sebologia’ não guarda mágoas, quero dizer, não demonstra que
ficou magoado. Orgulho não gera lucros; é coisa de gente caturra, teimosa,
burra. O fofoqueiro é laborioso eficiente... A língua “mater”, portuguesa, é a
principal ferramenta de seu trabalho. Ele escorrega pelas palavras, como lesma
gosmenta, em busca de uma “proteção de tela” para as falhas no próprio caráter,
dentre elas, a covardia. É “Doutor Honoris Causa”, pela universidade da
intriga. Conhece mais os vizinhos, do que a si mesmo. Aliás, este é o principal
ditado: “Conhece-te ao outro mesmo”. Nessa nova profissão, digo a todos os
leitores, tentaram até criar um Sindicato. Não deu certo... Os possíveis participantes
falaram muito mal da iniciativa. Continuam profissionais autônomos, na arte da
criatividade destrutiva. Brasilidade revolucionária, em linguagem fenecida.
muitoo bom o texto! descreve perfeitamente algumas pessoas de hoje em dia que exercem essa profissão e não percebem que tal fato ameniza o que elas são e as coisas boas que elas poderiam gerar trabalhando com a verdade, sem distorções.
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