A
política brasileira e o mata-burro
Para
Paulo Freire: Patrono da Educação Brasileira
Giovani
Pasini (professor e escritor)
E-mail:
professorpasini@gmail.com
O que um
colunista que não é especialista no assunto poderia falar sobre
política?
A
resposta é simples: nada de partidos; falarei apenas de cidadania.
Escreverei um pouco e espero que não entendam mal, pois o artigo é
apartidário, apesar de não ser apolítico.
No seu
sentido amplo, a política é maravilhosa. Ela é a razão do
aperfeiçoamento da vida em sociedade, no decorrer da história. A
palavra se origina do Grego “politikos” e tem, como uma de suas
significações, a “relação de grupos que integram a Pólis –
cidade”, ou seja, ela é a interação do outro com o um; e dos
dois com a sua coletividade. Paulo Freire dizia que toda educação é
política. Verdade. Toda educação carrega um pensamento, uma
ideologia.
As
ideologias (esquerda, direita etc.) são pensamentos coletivamente
construídos, baseados em inúmeras discussões argumentativas. Elas,
as ideologias, deveriam ser abalizadas em uma postura de vida,
alicerçadas em pensamentos coerentes e em contextos motivados por
crenças reais. Uma coisa precisa ficar clara: a ideologia não deve
ser questão de negócios. Não pode estar baseada em troca de
favores. Nem mesmo deveria ser fanatizada.
Por falar
em ideologia: o que, então, estaria errado na política brasileira?
Na minha opinião, a nossa ciência política não é verdadeiramente
representativa – ela é “rePartida” – representa pequenos
grupos, interligados por interesses momentâneos e particulares.
Como
assim? O brasileiro, diferentemente da maioria dos cidadãos
mundiais, desconhece os termos políticos básicos. Mesmo alguns
indivíduos instruídos, permanecem alienados à história de nosso
país. A realidade é que somos, na pluralidade, analfabetos de
cidadania. E, como os políticos são a nossa representação, também
representam o que somos.
Por
exemplo, na atualidade tupiniquim, para termos conquistas de
cidadania, devemos nos juntar a grupos de interesses, isto é, aos
movimentos que defendam parcela do que acreditamos. É claro que não
está errado; mas, novamente impera o pensamento fragmentado, de
coligações feitas por causas pontuais. Movimentos pontuais.
Cidadania pontual.
Além de
todo o problema moral que o país enfrenta – desde 1500 – também
afrontamos uma dificuldade imensa: a de repartição, da repartição,
da repartição, da verdadeira arte política. A parte que defende
somente a parcela e, mais frequentemente, a si mesmo. O pior é que
toda a tese possui a sua “anti-tese” (antítese).
Qual é o
principal problema?
Não é
somente dinheiro desviado, mas o ódio multiplicado.
Aí
estará o nosso mata-burro. Simples assim.
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