
Quando eu tinha por volta de uns cinco ou seis anos, “peguei” uma bala do bar Bonanza, em Santiago, sem que ninguém visse. Ao sair do local, ao lado de meu pai, sem querer deixei que ele observasse a guloseima. Então ele perguntou:
- O que é isso? Você pegou essa bala sem pedir?
Ao obter a minha resposta afirmativa, não brigou comigo. Retirou uma moeda do bolso e disse o seguinte:
- Giovani, vamos até o bar. Você vai pagar essa bala...
Dito e feito. Tive que enfrentar o Firmino, o dono do bar e pagar a tal da bala. Naquele momento, confesso que fiquei com muita vergonha. Entretanto, hoje tenho muito orgulho.
Há algum tempo, o meu filho Eduardo, que na época tinha seis anos, fez o mesmo no supermercado Bazana,
- Eduardo, o quê é isso? Você pegou esse chiclete sem pagar?
Coincidências do destino. Diante da resposta positiva de meu filho, o passado voltou
Caro leitor, todos nós teremos algumas opções na vida. Algumas delas possuirão o cheiro da desonestidade e o gosto do egoísmo.
Caberá unicamente a você a decisão. Aceitar a corrupção do caráter, ou ser feliz e dormir tranqüilo, toda noite, sabendo que os pensamentos e os exemplos valem mais que toda essa futilidade mundana.
Até hoje agradeço os bons exemplos recebidos de meu pai. A roda da vida gira, gira, gira...
De repente, nós voltaremos ao início - e o fim; o fim será apenas um recomeço...
(Em homenagem a Acir José Pasini, falecido em 20 de abril de 2009)